segunda-feira, 12 de março de 2012

Os últimos bocejos da esperança

Para Lucilene

Quando enterraram a minha esperança;
A tarde estava fria e o vento cortante.
As folhas mortas caiam das árvores altas
E as sombras cobriam as flores ressecadas.

Quando enterraram a minha esperança;
Tudo era desesperado como um grito
Subitamente apunhalado na garganta.

Quando enterraram a minha esperança;
Tudo em volta jazia triste e acinzentado...
Os Corvos voando, ao longe, grasnavam.

Mas, de repente, todo o silêncio se desfez
E um grito estridente rompeu a monotonia

Então, pude perceber, com clareza e horror,
Que quando enterraram a minha esperança
ela, tão linda e tão frágil, ainda estava viva.


F.Silmes

2 comentários:

Carlos Orfeu disse...

Contemplei cada poema,e cada poema foste uma lâmina onde deixa-a definhar minhas entranhas sorrindo.
cada poema mergulhei nesta lama e me afoguei,sorrindo.
Por vislumbrar neste espelho a alma
de um grande poeta que admiro oq ue escreves profundamente

Anônimo disse...

E a sua esperança está a vagar.
Você bem sabe me deixar sem palavras.

Beijos.