quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Súplicas à memória e ao esquecimento

Eu não quero nem lembrar
Quero esquecer-me de tudo
Que apaga meu sorriso pela raiz
Quero esquecer o medo o tédio
A dor a angustia e a culpa
Quero esquecer-me do que não
Seja duradouro e eterno e infinito
Quero esquecer o mais depressa
Os últimos receios além do teto
Do céu do espaço e do universo
Quero esquecer tudo que sangra
Quero me lembrar com urgência
Que estou vivo nessa sexta-feira
Quero mais do que tudo me lembrar
Que a luz do sol existe sobre as coisas
E a beleza eterna e infinita das coisas
Não duram muito tempo.

Fabiano Silmes

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do poema!

Obrigada por seu comentário.

Abraço.

Anônimo disse...

Nossa, exatamente como eu me sinto hoje....Pensando bem, não sei com que frequência me sinto assim...
Lindíssima poesia...Muito delicada, muito precisa.

Parabéns Fabiano...

Moska disse...

Poema foda, Fabiano. Às vezes as doses duram o tempo suficiente pra dor de cabeça no outro dia nos lembrar que estamos vivos. Grande abraço.